segunda-feira, 29 de junho de 2009

A pergunta que o corpo faz


O CORPO COMO MÍDIA DE SEU TEMPO


A pergunta que o corpo faz


Helena Katz



Direto ao ponto: o que distingue um espetáculo de dança contemporânea é a pergunta que ele faz। Mais explicadinho: é preciso existir uma pergunta, mesmo que quem assista ao espetáculo não a identifique de imediato. Se, de fato, acontecer assim, essa tal pergunta pode ser tomada como um divisor de águas: a dança que indaga cabe dentro da nomeação de contemporânea, e a dança que não interroga seu público pertence a outra espécie. Este artigo discutirá o que exatamente significa essa pergunta.


Antes, quando se elegia a técnica empregada no trabalho para servir de critério de sua classificação, tudo parecia mais claro। Dança nas pontas? Fácil, trata-se de balé clássico. Dança com o corpo pintado de branco fazendo gestos bem lentos? Não há dúvida, trata-se de butô. Mas, se no lugar do tipo de treinamento, for indispensável atentar para o modo como a coreografia organizou as informações que vieram da técnica aprendida, tudo se complica. Deixa de ser suficiente, para efeitos de classificação da dança, se o corpo faz passos de balé ou rola pelo chão, se faz contrações ou acrobacia. O que passa a ser necessário é conseguir identificar como e/ou para que o corpo faz o que faz.


O que muda, basicamente, é o velho entendimento tácito de que o critério para distinguir a dança contemporânea repousa na compreensão de que ela decorre como efeito exclusivo do treinamento do corpo। Mais ou menos como se as marcas de uma técnica condicionassem também as suas possibilidades composicionais, cabendo ao corpo cumprir uma relação determinista entre técnica e estética da qual não pode escapar. Técnica como uma bula de instruções das coreografias em que pode resultar, uma receita de um destino estético.


Se isto não ocorre, apesar da técnica inscrever marcas que dirigem o desempenho do corpo, significa que os passos, os gestos, as seqüências, as frases, que tudo isso pode ser montado, remontado e desmontado de modos sempre novos, desmanchando aquelas expectativas que o hábito automatizou em nós। Esse desvinculamento entre técnica e estética se liga também à mudança no compromisso entre sala de aula e palco que veio ocorrendo ao longo da história da dança. Na época dos maîtres de balé do século XIX, cabia ao mesmo profissional criar a obra e montar uma pedagogia para sua execução. A sala de aula servia ao espetáculo. A especialização que resultou na separação entre professor e coreógrafo mexeu exatamente aí, consagrando a necessidade de uma técnica que viesse a capacitar o bailarino a dançar diferentes criações de coreógrafos distintos.


Todavia, como qualquer técnica carrega, sim, uma espécie de compromisso com certas famílias de possibilidades, isso leva muitos de nós a continuar a buscar identificá-la como índice do vínculo: se está dançando passos de balé e usando sapatilha de ponta, aquilo é balé clássico e ponto final। Mas qualquer um que tenha assistido à Karole Armitage ou às inúmeras criações de William Forsythe sabe que a argumentação não se aplica. Ambos usam estes ingredientes, mas o produto que deles resulta não cabe debaixo do guarda-chuva do balé clássico e sim do contemporâneo.


Por quê? Porque o que conta é o como e o para que aqueles passos e aquela sapatilha de ponta lá estão। E, nos dois casos – embora de maneiras inteiramente distintas – tanto os passos como a sapatilha mais instigam que distraem. Como que nos obrigam a mirá-los com atenção investigativa para entender o que se passa. Não nos fazem buscar a história que contam nem os sentimentos que expressam. Fazem de nós não mais espectadores, mas parceiros. Precisamos construir juntos a legenda do que se passa. A obra me pergunta e cabe a mim levantar hipóteses sobre ela.


Pronto। A obra fez uma pergunta. Não se deixou consumir numa fruição instantânea, não permitiu que o olhar escorresse sem compromisso maior do que o de passar de uma cena à outra somente confirmando nossas expectativas e impressões. A coreografia entregou alguns níveis de apreensão, mas indicou que há mais a ser desvendado. Ou seja, o modo como aqueles passos estão montados propõe algo a mais.


Quando você vê Cristina Moura sorteando papeizinhos, Marcela Levi entrando e saindo de sua roupa, Wagner Schwartz segurando uma pedra, Luis de Abreu nu e de sapato alto hasteando uma bandeira do Brasil esburacada, Micheline Torres apontando para o espaço que acabara de ocupar, Angelo Madureira dançando frevo sem a música e sem a seqüência habitual do frevo, parece que há mais a identificar do que aquilo que o olho capta de imediato। E talvez a discussão proposta por Gícia Amorim – em estágio mais avançado – e Adriana Banana – apenas iniciada – nos ajude a aprofundar a reflexão sobre a técnica na classificação da dança contemporânea, pois ambas demonstram como as idéias encarnadas na técnica de Cunningham (Gicia) ou de Trisha Brown (Adriana) podem abrigar propostas pessoais. Pode-se identificar no corpo de todos eles qual o treinamento, mas há algo lá, no que apresentam, que nos faz trabalhar junto. Por isso, a pergunta que fazem se distingue de um "decifra-me ou te devoro".


A dança contemporânea acontece num pacto entre palco e platéia। Não há emissor e receptor, mas um fluxo que atravessa todos os envolvidos com graus diferenciados de responsabilidade compartilhada. Mas cuidado! Não confunda pergunta com truque ou tique ou adivinhação, caso contrário você poderá dizer que o Momix, por exemplo, faz dança contemporânea – o que seria um erro lamentável.



Helena Katz
Crítica de dança do jornal O Estado de S.Paulo e professora de pós-graduação em comunicação e semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde coordena o Centro de Estudos em Dança.
Este texto pode ser encontrado no CD-ROM Rumos Itaú Cultural Dança 2003.

sábado, 23 de agosto de 2008

Origem da Liturgia Protestante




Segue um texto fantástico e embasado, mas q exigirá paciência e real interesse pela Verdade e pela Comunhão dos Santos.

O texto é um condensado do primeiro capítulo do livro de Frank Violla, e revela as origens de nossas práticas "cristãs". Ele está resumido, porém, não perde o foco ou o valor.

Para os que tiverem coragem... BOA SORTE!!!

Segue:



As reuniões da igreja primitiva eram marcadas pelo funcionamento de cada membro, numa participação espontânea, livre, vibrante e aberta. Era um encontro fluido, não um ritual estático. E era imprevisível, bem diferente do culto da igreja moderna.


A Missa Católica

De onde vem então a liturgia do culto protestante? Ela tem suas raízes principais na Missa Católica.

Segundo o historiador Will Durant, a Missa Católica foi “baseada em parte no culto do Templo judaico, em parte nos místicos rituais de purificação dos gregos”. Durant destaca que a Missa estava profundamente mergulhada tanto no pensamento mágico pagão como no drama grego. “A mente grega, moribunda, teve uma sobrevida na teologia e liturgia da igreja; o idioma grego, após reinar por séculos sobre a filosofia, chegou a ser o veículo da literatura e do ritual cristão; o misticismo grego foi passado adiante pelo impressionante misticismo da Missa”.

Os cristãos copiaram as vestimentas dos sacerdotes pagãos, o uso do incenso e da água benta nos ritos de purificação, a queima de velas durante a adoração, a arquitetura da basílica romana em seus edifícios de igreja, a lei romana como base da “lei canônica”, o título Pontifex Máximus (Sumo Pontífice) para o Bispo principal, e os rituais pagãos para a Missa Católica.


A contribuição de Lutero

Em 1520 Lutero lançou uma violenta campanha contra a Missa Católica Romana. O ponto culminante da Missa sempre foi a Eucaristia, também conhecida como “Comunhão”, “Ceia do Senhor” ou “Santa Ceia”. Tudo é direcionado para o momento mágico em que o sacerdote parte o pão e o distribui para as pessoas. Desde Gregório o Grande (540-604) a igreja católica ensinava que Jesus Cristo é novamente sacrificado através da Eucaristia.

O erro cardeal da Missa, disse Lutero, era que esta foi uma “obra” humana baseada numa falsa compreensão do sacrifício de Cristo. Então, em 1523, Lutero enunciou sua própria revisão da Missa Católica, revisão essa que é o fundamento de toda adoração protestante. O núcleo dela é: em vez da Eucaristia, Lutero colocou a pregação no centro da reunião.

Por conseguinte, no culto de adoração dos protestantes modernos o púlpito é o elemento central e não a mesa do altar (onde se coloca a Eucaristia nas igrejas católicas). Para Lutero, “uma congregação cristã nunca deve reunir-se sem a pregação da Palavra de Deus e a oração, não importa quão exíguo seja o tempo da reunião. A pregação e o ensino da Palavra de Deus é a parte mais importante do culto divino”.

A noção de Lutero da pregação como ponto culminante do culto de adoração permanece até nossos dias. Todavia tal crença não tem nenhuma procedência bíblica. Como disse um historiador, “O púlpito é o trono do pastor protestante”. É por esta razão que os ministros protestantes ordenados são comumente chamados de “pregadores”.

Apesar dessas modificações, a liturgia de Lutero variava bem pouco da Missa Católica. Basicamente, Lutero reinterpretou muitos dos rituais da Missa, mas preservou o cerimonial, julgando-o apropriado. Ele manteve, por exemplo, o ato que marcava o ponto culminante da Missa Católica: quando o sacerdote levanta o pão e o cálice e os consagra.

Da mesma maneira, Lutero fez uma drástica cirurgia na oração Eucarística, mantendo apenas as “palavras sacramentais” de 1 Coríntios 11:23 em diante — “O Senhor Jesus na noite em que foi traído, tomou o pão… e disse ‘Tomai e comei, este é o meu Corpo’…” Até hoje os pastores protestantes recitam religiosamente este texto antes de ministrar a comunhão.

A Missa de Lutero manteve os mesmos problemas da Missa Católica: os paroquianos continuaram sendo espectadores passivos (com a exceção de poderem cantar), e toda liturgia era dirigida por um clérigo ordenado (o pastor tomando o lugar do sacerdote). Embora falasse muito sobre “sacerdócio de todos os crentes”, Lutero nunca abandonou a prática de ordenação do clero. Sob a influência de Lutero, o pastor protestante simplesmente substituiu o sacerdote católico.


A contribuição de Zwinglio

Zwinglio (1484-1531), o reformador suíço, aos poucos introduziu sua própria reforma, que ajudou a desenhar a ordem de adoração de hoje. Ele substituiu a mesa do altar por algo chamado “mesa da comunhão”, onde se ministrava o pão e o vinho. Ele também ordenou que se levasse o pão e o vinho à congregação em seus bancos utilizando bandejas de madeira e taças.

Zwinglio também é nominado como o paladino da abordagem da Santa Ceia enquanto “memorial”. Este ponto de vista é apoiado pela corrente principal do protestantismo estadunidense. O pão e o vinho são meramente símbolos do corpo e do sangue de Cristo. Como Lutero, Zwinglio enfatizou a centralidade do sermão. Tanto que ele e seus colegas pregavam com a freqüência de um canal de notícias televisivo: catorze vezes por semana.


A contribuição de Calvino e Cia

Os reformadores João Calvino da Alemanha (1509-1564), João Knox da Escócia (1513-1572), e Martin Bucer de Suíça (1491-1551) fizeram algumas modificações na liturgia de Lutero. A mais notável foi a coleta de dinheiro após o sermão. Como instrumentos musicais não são mencionados explicitamente no Novo Testamento, Calvino eliminou o órgão e os coros.

Como Lutero, Calvino enfatizou a centralidade da pregação durante o culto de adoração. Ele acreditava que cada crente tinha acesso a Deus através da Palavra pregada e não através da Eucaristia. Devido a seu gênio teológico, a pregação na igreja de Calvino em Gênova era intensamente teológica e acadêmica. Também era altamente individualista, característica que nunca foi eliminada no protestantismo.

A igreja de Calvino em Gênova foi o modelo para todas as igrejas reformadas. Isto explica o caráter intelectual da maioria das igrejas protestantes hoje, especialmente a Reformada e a Presbiteriana.

A característica mais nociva da liturgia de Calvino é a de fazer o culto ser dirigido de cima do púlpito. O cristianismo nunca se recuperou disso. Hoje, o pastor atua como mestre de cerimônias e diretor executivo do culto dominical.

Um costume adicional que os reformadores copiaram da Missa foi a prática do clero caminhar em direção a seu assento designado no princípio do culto enquanto a congregação ficava em pé, cantando. Essa prática teve início no século IV quando os bispos entravam magnificamente em suas basílicas, e foi por sua vez copiada diretamente do cerimonial da corte imperial pagã. É ainda observada em muitas igrejas protestantes.


A contribuição dos puritanos

O abandono das vestes clericais, ídolos, ornamentos e o clero escrevendo seus próprios sermões (em vez de ler homilias) foi uma contribuição positiva que os puritanos (os calvinistas da Inglaterra) nos legaram.

A glorificação do sermão, no entanto, alcançou seu apogeu com os puritanos norte-americanos. Os residentes da Nova Inglaterra que faltavam ao culto eram multados ou presos no tronco.
As contribuições dos metodistas e do Evangelismo da Fronteira

Os metodistas do século XVIII proporcionaram uma dimensão emocional à ordem de adoração protestante. A congregação foi convidada a cantar com força, vigor e fervor. Desta maneira, os metodistas foram os precursores dos pentecostais.

Os séculos XVIII e XIX trouxeram novidades para o protestantismo americano. Primeiramente, os evangelistas fronteiriços alteraram a meta da pregação. Sua meta exclusiva era agora a conversão de almas. Dentro da cabeça do evangelista, não havia outra coisa no plano de Deus a não ser a salvação. Esta ênfase teve sua origem na pregação inovadora de George Whitefield (1714-1770), o primeiro evangelista moderno a pregar ao povo ao ar livre. A noção popular de que “Deus ama você e tem um plano maravilhoso para sua vida” foi introduzida por Whitefield.

Em segundo lugar, a música do evangelho fronteiriço falava à alma e visava propiciar uma resposta emocional à mensagem da salvação. Todos os evangelistas famosos tinham músicos em sua equipe justamente para este propósito. A adoração passou a ser um espetáculo.

Seguindo a trilha dos revivalistas, o culto metodista passou a ser o meio para obter o fim. A finalidade do culto já não era mais a simples adoração a Deus: os crentes foram instruídos a ganhar novos crentes individuais. Os sermões abandonaram a temática da “vida real” para proclamar o evangelho ao perdido. Toda humanidade foi dividida em dois desesperados campos polarizados: perdido ou salvo, convertido ou incrédulo, regenerado ou condenado.

Em terceiro lugar, os metodistas e os evangelistas fronteiriços deram à luz o “apelo”, a prática de convidar pessoas que desejam orações a colocar-se de pé e vir à frente.

Tanto pecadores como santos carentes eram convidados a ir à frente para receber as orações do ministro. Charles Finney (1792-1872) convidava o pecador para ir à frente e ajoelhar-se diante da plataforma para receber a Cristo. Finney tornou esse método tão popular que “após 1835, chegou a ser um elemento indispensável no moderno revivamento”.

Além da popularização do apelo, também se atribui a Finney a invenção da prática de orar nominalmente pelas pessoas e mobilizar grupos de obreiros para fazer visitas nas casas.

A contribuição predominante de Finney ao cristianismo moderno foi o pragmatismo – a crença de que se algo funciona ou dá resultados, deve ser apoiado ou aceito. Finney ensinava que o único propósito da pregação é ganhar almas; qualquer mecanismo que ajudasse atingir esta meta poderia ser aceito. O cristianismo moderno nunca se recuperou desta ideologia anti-espiritual.

A meta dos Evangelistas Fronteiriços era levar pecadores individualmente a uma decisão individual por uma fé individualista. Como resultado, a meta da Igreja Primitiva — a edificação mútua e o funcionamento de cada membro manifestando Jesus Cristo coletivamente diante dos principados e potestades — perdeu-se completamente.

O Evangelismo Fronteiriço americano converteu a igreja em um ponto de pregação, reduzindo a experiência da ekklesia a uma missão evangelística. Isto normatizou os métodos revivalísticos de Finney e criou personalidades do púlpito como a atração dominante.


A tremenda influência de D. L. Moody

As sementes do “evangelho revivalista” foram espalhadas através do mundo ocidental pela influência de D. L. Moody (1837-1899).

Moody inventou o solo após o sermão do pastor. O cântico de apelo era entoado por um solista até que George Beverly Shea sugeriu que fosse cantado pelo coral. Shea encorajou Billy Graham de utilizar um coral para cantar hinos como “Eu venho como estou” enquanto as pessoas iam à frente para aceitar a Cristo.

Moody deu-nos o testemunho porta em porta, os anúncios e as campanhas evangelísticas. Deu-nos o “cântico de evangelização” ou “hino evangelístico” e também popularizou o “cartão de decisão”, invenção de Absalom B. Earle (1812-1895).

Moody foi o primeiro a pedir ao que queria ser salvo para colocar-se em pé e deixar-se conduzir em uma “Oração do Pecador”. Cinqüenta anos depois, Billy Graham melhorou a técnica de Moody introduzindo a prática de pedir ao ouvinte para baixar a cabeça, fechar os olhos (“sem olhar nada em volta”), e levantar as mãos como resposta à mensagem salvadora.

Vale notar que Moody foi grandemente influenciado pelo ensino dos Irmãos Plymouth quanto à escatologia (final dos tempos), que pregava a vinda iminente de Cristo antes da grande tribulação. O pré-tribulacionismo deu origem à idéia de que os cristãos necessitam salvar muitas almas o mais rápido possível, antes do fim do mundo.


A contribuição pentecostal

Inaugurado por volta de 1906, o movimento Pentecostal trouxe uma expressão mais emotiva através dos cânticos entoados pela congregação. Estes incluíam mãos levantadas, danças entre os bancos, bater palmas, falar em línguas e o uso de pandeiros.

Porém, suprimidas as características emotivas do culto pentecostal, sua liturgia é idêntica à batista. Um pentecostal tem apenas mais espaço para mover-se ao redor do seu assento.

Como em todas as igrejas protestantes, o sermão é o ponto culminante da reunião pentecostal. Todavia o pastor às vezes sentirá “o movimento do Espírito”. Nesse caso, ele adiará seu sermão para o próximo domingo, e a congregação cantará e orará durante o resto do culto.

A tradição pentecostal também deu-nos a música do solista e a música coral (muitas vezes descrita como “música especial”) que acompanha a oferta.

Na mente do pentecostal, a adoração a Deus não é um assunto coletivo [o corpo da igreja], mas uma experiência individual [o membro da igreja]. Com a penetrante influência do movimento carismático, essa obsessão de adoração individualista infiltrou-se na grande maioria das tradições protestantes.


Muitos ajustes, nenhuma mudança vital

Durante os últimos 500 anos, a ordem de adoração [liturgia] protestante permaneceu quase que praticamente inalterada. No fundo, todas as tradições protestantes partilham as mesmas características em sua liturgia: suas reuniões são celebradas e dirigidas por um clérigo, o sermão é a parte central, os membros são passivos e não tem permissão para ministrar.

Os reformadores produziram uma tímida reforma da liturgia católica. Sua principal contribuição foi a mudança do enfoque central. Nas palavras de um erudito, “o catolicismo seguiu o caminho dos cultos pagãos, tomando o ritual como elemento central de suas atividades, enquanto que o protestantismo seguiu o caminho da sinagoga ao colocar o livro no centro de seus cultos”. Lamentavelmente, nem o catolicismo nem o Protestantismo tiveram êxito em colocar Jesus Cristo no centro de suas reuniões. Não é surpreendente o reformador ver a si mesmo como católico reformado.

É de lamentar-se que a liturgia protestante não tenha se originado com o Senhor Jesus, os Apóstolos, nem com as Escrituras do Novo Testamento.

A liturgia protestante reprime a participação mútua e o crescimento da comunidade cristã. O culto inteiro é dirigido por um homem. Onde está a liberdade para que Jesus fale através de Seu Corpo a qualquer momento? De que forma, na liturgia, Deus poderá dar a um irmão ou irmã uma palavra para compartilhar com toda congregação? A ordem de adoração não permite tal coisa. Jesus Cristo não tem a liberdade de expressar, através de Seu Corpo, Sua direção. Ele é mantido cativo por nossa liturgia. Ele mesmo é transformado em espectador passivo.

Finalmente, para muitos cristãos o culto dominical é extremamente enfadonho. É sempre a mesma ladainha sem nenhuma espontaneidade. É altamente previsível, bem superficial, e completamente mecânico. Há pouco ar fresco ou inovação.

Igrejas atentas ao seu “índice de audiência” tem reconhecido a natureza estéril do culto moderno. Contudo, apesar do entretenimento, até mesmo o movimento das igrejas que atuam em função de seus “indicadores” não conseguiu livrar-se da pró-forma litúrgica protestante, imóvel, sem imaginação, sem criatividade, inflexível, ritualista, sem sentido.

O culto, portanto, continua cativo pelo pastor; o tripé “sermão, hino, apelo” permanece intacto; e a congregação prossegue na condição de espectadora muda (só que agora está mais entretida nesta condição).

A liturgia protestante que você assiste (ou agüenta) a cada domingo, ano após ano, dificulta a transformação espiritual. Isto porque essa forma de culto: 1) estimula a passividade, 2) limita o funcionamento, e 3) implica que investir uma hora por semana é o segredo da vida cristã vitoriosa.

O fato é que a liturgia protestante é antibíblica, impraticável e antiespiritual. Não há nada semelhante a isso no Novo Testamento. A liturgia contemporânea dilacera o coração do cristianismo primitivo, que era informal e livre de rituais.

Reuniões [como as da igreja primitiva] são marcadas por uma incrível variedade. Não são ligadas a um homem, nem a um modelo de adoração dominada pelo púlpito. Há espontaneidade, criatividade e frescor.

O Novo Testamento não silencia com respeito a como nós, cristãos, devemos nos reunir. Devemos continuar a arruinar o funcionamento da direção de Cristo defendendo as tradições do homem?

Ficar dramaticamente longe deste ritual dominical é a única maneira de descongelar o povo de Deus.




Condensado por Paulo Brabo, de Cristianismo Pagão - livro de Frank Violla
fonte:www.baciadasalmas.com

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

<<< Encontro Cultural >>>


Banco do Brasil promove Encontro Cultural



Encontro Cultural em Salvador visa capacitar e incentivar produtores e artistas a participar da seleção de projetos para programação dos Centros Culturais Banco do Brasil e do CCBB Itinerante



O Banco do Brasil realiza Encontro Cultural em Salvador, dia 22 de agosto, às 14h, no Auditório da Superintendência do Banco do Brasil na Cidade Alta. O encontro objetiva orientar produtores culturais e artistas interessados em apresentar projetos para a programação dos Centros Culturais Banco do Brasil em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e para o CCBB Itinerante, que percorrerá as capitais dos estados.


Com esse evento o Banco do Brasil fortalece sua proposta de diversificar os investimentos em cultura e incentivar a participação de artistas e produtores das várias regiões do País a inscreverem seus projetos para a grade de programação. Durante a palestra, ministrada por funcionário da área de Cultura do Banco do Brasil, serão esclarecidas dúvidas sobre a formatação exigida no edital de inscrição e fornecidas mais informações sobre o processo de seleção dos projetos nas áreas de exposições, artes cênicas, música, cinema, vídeo, programa educativo e idéias.



O número de vagas para o Encontro Cultural é limitado. Para confirmar presença é necessário ligar para (71) 3320-7144.

Os projetos selecionados em editais do Banco do Brasil compõem a grade de programação dos Centros Culturais do Banco do Brasil e também do Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante - que este ano comemora o bicentenário da instituição, levando às principais capitais brasileiras exposições, teatro, dança, shows musicais, mostras de cinema e vídeo, programas educativos e idéias.



Encontro Cultural - Salvador

Local: Auditório da Superintendência do Banco do Brasil
Rua Direita da Piedade, 25, 7º andar.
Data: 22.08.2008Horário: 14h
Telefone para inscrições: (71) 3320-7144


Mais informações

IMK Relações Públicas ContatosFernanda de Almeida - fernanda@imk.com.br(11) 3813 1300 (11) 9962 8341Simone Veloso - simone@imk.com.br(11) 3813 1300 (11) 9973 9583

Assessoria de Imprensa em Salvador
João Saldanha
(71) - 8808-9179

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Dança-vitrine? - parte 2


Localização Físico-ideológica

Entendido que a dança é um possível e coerente recurso de louvor a Deus, assim como todas as manifestações artísticas e, portanto, que LOUVOR é uma prática livre de toda a comunidade cristã, entende-se, por conseguinte, que toda e qualquer pessoa que deseja louvar a Deus através da dança é (deve ser) livre para fazer uso dessa linguagem em culto a Deus no meio de sua comunidade, junto com todos os outros que tenham o mesmo desejo. No entanto, o que quero refletir, nesse ponto, é o espaço físico no qual ela acontece.

Falei, na primeira parte, que a maior parte desses ministérios de dança usa a plataforma da igreja como espaço de atuação. Estando sempre na frente da congregação, nos períodos de culto, sendo ASSISTIDOS durante o louvor. Resta saber se essa é a postura mais adequada para algo que se vise direcionar a Deus como oferta de louvor.

Talvez eu esteja exagerando, mas quando quero dar um presente pessoal a um amigo muito íntimo, não vejo necessidade algum de mostrá-lo à minha irmã, que se relaciona com ele de maneira bem diferente da minha. Primeiro, pela própria diferença das nossas personalidades e da maneira como lidamos com essa pessoa em comum. Segundo, por que se o presente é pessoal, ele carrega as subjetividades e evidências do MEU relacionamento com essa pessoa. E caso eu mostre a outra pessoa, que não o próprio presenteado, é apenas para avaliação do meu bom gosto ou aprovação da minha postura (vaidade).

O que quero dizer, com isso, é o seguinte: se a dança que faço no momento é de louvor direto e íntimo a Deus, não há necessidade de mostrá-la a qualquer outro que não seja o próprio Deus. Se for uma expressão direcionada exclusivamente a Deus, não há a necessidade de ser expressa sobre um palco (“altar”), para a contemplação e aprovação de homens. Tão pouco, envolvida por figurinos e adereços espetaculares.

Essa postura só é inteiramente coerente, quando a dança visa transmitir uma mensagem à congregação, à Igreja. Ou quando é uma prática de louvor (“indireto”), que se interesse por inspirar outros à mesma postura praticada. Nesses casos, parece haver lógica para a necessidade de se estar numa plataforma oferecendo recurso visual aos homens.

Veja que disse, anteriormente, que essas eram posturas não necessárias, porém, não as afirmei como proibidas ou plenamente incoerentes com o exercício de culto comunitário. Chamo, aqui, a nossa atenção para a reflexão sobre o que nos motiva a estar dançando. Se é por louvor ou para apreciação de homens. Sendo que ambos podem ser válidos, cada qual em seu momento e contexto. Pois, direta ou indiretamente, o louvor a Deus sempre pode ser manifestado junto com as manifestações, em nós, dos talentos que Ele mesmo nos deu. Dessa forma, tudo gira em torno das intenções do nosso coração, nos fazendo livres e, por isso mesmo, imensamente responsáveis por nossos atos e suas conseqüências.

Precisamos cuidar para que a nossa manifestação de arte não caia numa postura de vaidade disfarçada de culto a Deus. Onde o que importa é sermos reconhecidos pelos homens, suprindo nossas necessidades egoístas subjetivas, fazendo disso apenas um recurso para alimentar nosso ego inchado.



por Neemias Santana

Encontros de Multidão - Para quem gosta de se articular


Quer entrar pra multidão?





O seu trabalho, idéia, suspiro, anseio, pesquisa, obra, você, enfim, venha e troque.



Para enviar sua proposta com antecedência (lembrando que já é sexta agora!)
favor entrar em contato através do e-mail:
encontrosdemultidao@gmail.com



"SUPEROITO

O Encontros de Multidão promove no dia 08 do 08 de 2008, na Organização de Permacultura e Arte (OPA), às 20h, o SUPEROITO: Um eventoartístico e alternativo de ocupação da madrugada soteropolitana paraprovocar encontros entre pessoas com olhares singulares e pluraissobre o mundo, apreciando diálogos e novas invenções em um clima defesta. Questionamos sobre os espaços onde acontece ARTE e qual afreqüência dos eventos artísticos. A utilização de novas tecnologiascomo uma das ferramentas, além do próprio encontro, proporcionaráespaços reais e virtuais de comunicações artísticas, admitindo osterritórios com o intuito de discutir fronteira."


Endereço: OPA- Organização de Permacultura e Arte - Rua do Passo (Para quem sobe a escadaria da igreja do pagador de promessas, vira a direita e é a 3ª casa do lado esquerdo ( tem uma plaquinha escrito OPA e um boneco pendurado), de carro sobe até o convento do Carmo, estaciona por lá mesmo e volta pela rua do Passo.. Dá pra ver logo!)Bairro do Santo Antônio – depois do pelourinho! A entrada custa 3 reais!

Todos no SuperOito!

sábado, 2 de agosto de 2008

Arte: Universo em contínua e (e)terna descoberta.


Gostei muito mesmo desta peça...; não gostei nada daquela música...; que coisa linda aquela escultura, BAH...; pintura esdrúxula e com péssimo gosto; ...eu falei que era poema pobre e sem sentido.....; ...puxa, mas tinha 5 estrelas de recomendação para assistirmos a este filme.....sinto-me lesada em ter vindo a este concerto......Pois é, vivemos com esta dualidade e incoerência dos que se “tornam” críticos de arte. Nós mesmos acabamos assumindo este papel o tempo todo, não é verdade?!

De maneira geral, o conceito de arte é extremamente subjetivo e, portanto, muito amplo. Mas, genericamente, a arte varia em pelo menos quatro aspectos: a. A cultura a ser analisada b. O período histórico c. O indivíduo em questão b. Sua herança e vivência pessoal Na visão cristã, de maneira genérica, vemos a ARTE como expressão da criatividade de Deus no Universo, criado por ELE mesmo, no tempo e na história. Arte também é a expressão da criatividade do homem recebida do Seu Criador. Portanto, estão e estarão sempre absolutamente integradas.

O homem criado à imagem e semelhança de Deus “faz arte para viver” ou vive para fazer arte em todas as suas direções relacionais. O homem, ocupando seu espaço no mundo e em sua interação com todas as áreas da vida, criou objetos para satisfazer suas necessidades espirituais e emocionais. Criou também para suas necessidades práticas, como as ferramentas para plantar, cavar a terra e os utensílios de cozinha.

Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter educacional e instrutivo. O homem cria a arte como experimentar da vida, como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para usufruir, estimular e distrair a si mesmo e aos outros tendo prazer nas coisas criadas, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas no tempo, espaço e história. O mundo necessita de arte!

Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte, que pode ser feita para o RELACIONAMENTO HUMANO, decorar o mundo, para espelhar ou retratar o nosso mundo (naturalista), para ajudar no dia-a-dia (visão utilitária), para explicar e descrever a história, para nossa alegria e prazer, para ser usada de maneira terapêutica e para ajudar a explorar e conhecer o mundo.


Como entendemos a arte de maneira cristã?

A arte é um caminho de diálogo, de aproximação, de apreciação, de expressão existencial, expressão das percepções diversas do ser humano; e, portanto, o aspecto estético do BELO passa ou está ligado à visão do ser humano do divino, da criação e da vida.

Francis Schaeffer escreveu que a visão e a compreensão de Deus é o início de tudo. Sua fala encontra eco na visão de Agostinho, que afirma ser a arte a expressão da alma humana diante da Criação e do Criador.

É por isso que não podemos, num primeiro momento, pensar em outra Pessoa quando aplaudimos alguém que expressa em diversos caminhos sua capacidade criativa. Numa mostra de pintura ou escultura, num show musical, nos versos de um repentista, numa expressão corporal bem feita no grupo de coreografia, ou num belo hino ouvido por um coro. Deus é o Criador e nossa teologia deve reafirmar isto sempre. Se o diabo distorce o seu conteúdo, ou a pessoa dedica a sua arte depois para outra coisa, isto é uma outra história e objeto de mais uma análise ou artigo.

O que vemos, então, quando admiramos uma arte depende da nossa experiência e de nossos conhecimentos, da nossa disposição no momento, da nossa imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar. Mas, e os críticos? Porque atribuem ou não valor a esta ou aquela expressão?

O chamado criticismo artístico ou histórico está presente na história da arte. Eles são “os filtros”, as peneiras pelos quais a ARTE é considerada e valorizada. A crítica (nós e os outros), portanto, tem o poder não só de atribuir o estatuto de arte e valor a um objeto, mas de classificá-lo numa ordem de excelências, segundo critérios próprios ou de cada século. Em cada cultura, encontramos NOÇÕES que vão construindo um terreno com critérios para avaliação.

É por isso que vemos as opiniões de tantas pessoas diferentes, pois cada um aprecia o belo segundo suas heranças e informações absorvidas. Claro que o fator cultural é importante neste processo e vemos o quanto o desconhecimento de sua própria cultura afeta uma atribuição de valor.

E o estilo? Por que rotulamos os estilos de arte? Estilo é como o trabalho de cada um se mostra, depois do artista ter tomado suas decisões à luz de sua herança e capacidade. Cada artista possui um estilo único. Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver totalmente e objetivamente quem fez o quê, quando e como. De fato, aproximamo-nos bastante, mas não conseguimos avaliar com sucesso todas as intenções do autor ou do artista. Podemos verificar com algumas ferramentas que tipo de arte foi feito, quando, onde o como; desta maneira, estamos dialogando com a obra de arte, e assim podemos entender as mudanças que o mundo teve. Toda arte deve ser vista à luz da época em que foi produzida, para que ela ganhe significado correto e não seja desvalorizada pelas mudanças sociais de cada século. Para que seja apreciada da melhor forma.

Avaliemos nossa maneira de pensar ou de julgar uma expressão de arte. Precisamos de honestidade, sensibilidade e raciocínio correto ao avaliarmos qualquer expressão de arte e respeitarmos a essência da arte e sua filosofia. Inspiração de alguém para alguém, comunicação nem sempre objetiva e muitas vezes subjetiva.

Artistas desejam espalhar suas idéias e convicções ou suas contradições. Os artistas cristãos deveriam estar fazendo o mesmo: espalhando a arte e a realidade do Artista Maior, e seus propósitos para o homem e Sua criação. O Evangelho precisa cada vez mais destes artistas em todas as áreas de expressão. A Igreja precisa pregar e ensinar isto. É terreno absolutamente santo, separado também para a manifestação da Sua glória e beleza.

Artistas cristãos também são chamados para serem espelhos da criatividade do Criador, que vão constatando, cantando, declamando, pintando, dançando e contando a história! Vai interagindo no tempo e na história com Deus, com Sua Criação e a raça humana, sabendo que esta história se fecha um dia no KAIRÓS e no CRONOS. Já vivemos a realidade do ETERNO.

Portanto, continuemos espelhando na vida e na ARTE, o poder criativo de Deus, de Jesus, Daquele que redimiu a cultura, a criação, a arte, o coração, a alma, e a própria história de cada um de nós em todos os tempos e em todas as etnias!


por Nelson Bomilcar

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dança-vitrine? - parte 1


Os grupos de dança cristãos vêm por mais de 20 anos lutando por espaço e apoio na comunidade cristã brasileira. Hoje, apesar de toda resistência, intolerância e ignorância ainda presente, esse apoio e aceitação se mostram maior do que em qualquer período anterior. No entanto, a popularização da dança nas igrejas, aliada ao aumento dos legalismos e a desenfreada tolerância-ignorante, tem produzido frutos dignos de questionamentos.

Em todas as congregações cristãs que conheço, nas quais existe a prática da dança como louvor, há um grupo interno específico de pessoas que dançam. Esses grupos internos, de alguns anos para cá, começaram a se autodenominar “Ministério de Dança”. E esses tais “ministérios” são núcleos exclusivos, e sempre “ministram” seu louvor a Deus na frente do templo, à frente da comunidade e em cima da plataforma (aqueles que dispõem desse recurso).

Você não notou nada, digamos... Questionável?
Pois bem... Vou tentar ressaltar os contrastes do quadro.

Não pretendo trazer à questão a aplicabilidade do termo “ministério” – não ainda. Mas chamarei sua vista para os outros pontos mencionados, quais sejam: 1_Exclusividade social e 2_Localização físico-ideológica.



Exclusividade Social

É sabido e defendido que a dança é um possível e coerente recurso de louvor a Deus, assim como todas as manifestações artísticas. Portanto, é uma linguagem que deve estar acessível a comunidade cristã, para aprofundamento, desenvolvimento e aplicação. E esse fato, por sua vez, autoriza a utilização desse recurso em ambientes de livre culto a Deus.

Sabendo disso, talvez você pergunte: “Qual o problema com os grupos de dança cristãos?”. Existem vários, mas a existência de grupos específicos e exclusivos não é um problema, necessariamente. O problema é a existência de grupos específicos e exclusivos para o louvor a Deus.

Serei mais claro:

O louvor a Deus, durante uma reunião para culto e celebração, deve ser aberto para toda a igreja. O fato de, geralmente, existir um grupo específico de músicos, deve ser apenas por questão organizacional, para que haja direcionamento musical, evitando uma confusão auditiva e um grande barulho irreverente, em lugar de louvor comunitário.

Esses grupos de música, que “conduzem” o louvor, não impedem que toda a congregação cante junto. Pelo contrário, o objetivo é que todos possam participar da música oferecida em louvor. Porém, com os grupos de dança, acontece algo que difere muito dos grupos de música.

Os grupos de dança nunca visam conduzir a igreja a dançar junto com eles (na maioria das igrejas brasileiras). Mesmo quando não são coreografias, as danças só podem ser executadas por pessoas do determinado grupo. Isso monopoliza a prática do louvor com danças, reduzindo essa possibilidade a um grupo exclusivo e exclusivista, erigido por razões, em grande parte, técnicas, normativas ou pseudo-vocacionais.

Se a dança é um recurso aceitável de louvor a Deus, se a comunidade cristã local compreende isso, se a prática de dança é aceita no âmbito do culto, logo, essa possibilidade DEVE estar disponível para todos os que desejarem louvar a Deus com danças. E essa não é uma questão técnica da dança, é um princípio de culto livre e consciente, princípio de louvor a Deus, enquanto Eclésia.

No culto livre a Deus, não há a necessidade de ser profissional de dança. No ambiente de congregação em louvor, não existe o requerimento em conhecimento técnico em dança, para louvar a Deus. E porque não há? Porque se o louvor é direcionado A DEUS, não se deve buscar agradar a estéticas humanas, a padrões tradicionais nem de vanguarda ou mesmo a questões estilísticas de senso comum.

O fato de termos que fazer o melhor para Deus, não tem nenhuma ligação necessária com a formação acadêmica na área. Esse é um recurso para grupos específicos, com fins específicos, que visam o aperfeiçoamento técnico-profissional, para aplicações específicas, mas não uma exigência geral, para a Igreja. Se assim o fosse, todos nós deveríamos cursar aulas de canto, antes de ousarmos louvar ao Senhor com músicas, durante os cultos. E isso não é uma realidade, sequer, plausível.

O mínimo que se pede à comunidade é o bom senso e um conhecimento razoável do que está se propondo a fazer.


[...CONTINUA...]
Neemias Santana

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O que estamos dançando?


"Dança + Igreja: essa união é possível?

Temos dois caminhos: ou fazemos uma correta teologia bíblica e missiológica e a aplicamos em nosso contexto para a redenção de nossa cultura ou então seremos alvos de mais um modismo que vai e vem, sem provocar verdadeiras mudanças espirituais e éticas em nossas igreja e em toda a sociedade.

A arte como serva do evangelho pode transformar estruturas; no entanto, um evangelho servo submisso da arte pode se descaracterizar e permitir o surgimento de uma arte alienadora, em vez de instrumento de libertação."


Carolina Lage Gualberto foi uma feliz surpresa que me aconteceu no início de 2008. Como de costume, estava pesquisando livros e música em algumas livrarias do centro de Salvador, quando fui apresentado ao livro Dança - O que estamos dançando? - Por uma nova Dança na Igreja (United Press), da Carolina.

De início ignorei, pois já tinha alguns livros sobre dança na Igreja, e já não tinha muita paciência para lê-los pois, em sua maioria, não têm uma articulação textual respaldada de maneira coerente. Ou, quando não pecam na construção de argumentos, erram na aplicação de uma postura teológica equivocada. Por isso, não me interessei muito pelo livro e não o comprei (que preconceito!). Apenas, para não descreditar a indicação do atendente, dei uma rápida lida na contra-capa, no índice e nas informações pessoais da autora.

A breve conferida foi suficientes para despertar em mim um interesse maior que o inicial - e preconceituoso. Percebi dados e colocações que me contrastavam com a maior parte dos livros da área, que alcançam divulgação nacional. Mas, realmente, não estava interessado o suficiente. Estava muito receoso acerca da aplicação devida do meu dinhiro, e não o gastaria com um livro que eu já "sabia o que estava escrito".Voltei para casa, esqueci o fato e continuei lendo apenas livros de teologia, de filosia e arte.

Algum tempo depois, por causa do aumento de convites para workshops e palestras, precisei voltar a estudar sobre louvor e arte, para poder contribuirt de maneira adequada e atual. E, me vendo com livros pouco ricos ou extrangeiros, fui atrás de algo direcionado à Igreja no Brasil. A primeira coisa que me veio em mente foi correr para aquela mesma livraria e dar mais uma folhada naquele livro e talvez arriscar comprá-lo. E assim o fiz.

Não me perdoaria se não tivesse me "arriscado" naquela aquisição.

Dança, de Carolina Gualberto, é uma obra importantíssima para os artistas cristãos de dança no Brasil. Mais do que isso, é NECESSÁRIO. É um livro equilibrado e amplo, que fala de questões elementares (que a maioria de nós ignora) de maneira profunda e bem argumentada. Indico com MUITA ÊNFASE a aquisição imediata desse livro, que vai fazer uma importante diferença na sua maneira de ver a relação entre Dança e ministério cristão.



Neemias Santana

O Hip Hop que deseja mais


É quase um absurdo manter a idéia obsoleta de que o Hip Hop não pode mais do que já representa. Ele deve e pode. Menosprezar a energia absoluta e a natureza virtuosa desta manifestação quando pensada também na perspectiva cênica, é sugerir que se mantenha um único paradigma de quem pensa e até faz dança.


Amparado sobre estas questões que há algum tempo vem me provocando, resolvi aqui traçar de forma sucinta um panorama a fim de tentar compreender porque essa dança ainda se mantém, apesar de algumas exceções, como um sub-PRODUTO dos teatros ou uma dança para alegrar cronogramas sórdidos de inúmeros festivos.


Onde está o problema?

Percebo claramente três fases bem delimitadas que ocorrem com os coreógrafos que trabalham essencialmente com as linguagens provenientes do Hip Hop e ‘Breakdance‘ e de alguma forma desejam traduzir, ou melhor, transferir tais linguagem para o universo cênico.


A primeira fase ou fase da ambição lembra muito uma criança ou adolescente que presencia novos fatos, absorve novas idéias, associa outros valores, imagens, sons, gestos, movimentos e signos de forma geral. Após vivenciar todo este novo, estes se refazem como sujeitos. Logo, querer mais não é patológico. Todavia, esse momento exige uma grande transformação, porque chegará o momento de eleger algumas prioridades para a pesquisa, apesar que não me parece este o melhor termo a ser empregado neste momento.


Aludo a esta fase como ambição *o que é super válido* visto ser o instante em que as coisas começam a provocar crises necessárias para quem quer seguir os traços de um criador, neste caso de um coreógrafo que deseja mais.


Organizadas algumas destas idéias, fato que nos lembra um computador em que se coloca mais memória no HD (embora os arquivos estão ainda procurando suas pastas), passamos à seguinte - a traição. Termo no mínimo inesperado e polêmico, penso, conhecendo, observando e ouvindo vários colegas que esta é uma palavra que pode nos ajudar na seqüência desta análise.


Lembramos então um pouco como são em geral os habitantes deste estilo de vida chamado Hip Hop. Estamos nos remetendo a uma tribo onde há claramente códigos (não necessariamente escritos) de conduta, pensamentos, valores, ideologias. A relação proxêmica, ou pulsão afetiva que se deriva deste entorno, faz com que aqueles que desejam experimentar além dos traços culturais, estereotipados ou não, sintam pelos outros ou por si próprio um sentimento de estar traindo uma forma de fazer e pensar o movimento e as configurações que se aconchegam neste espaço pseudo-imaculado.


Assim, podemos entender porque estamos muitas das vezes assistindo um espetáculo de um destes grupos que já saíram da fase da ambição e então começam a experimentar de verdade, e de repente, vê-se alguma referência clara (na maioria das vezes dispensável) de tentar justificar aos amigos, ao público e a si próprio que seguem junto com o Hip Hop. É como se quisessem abrir uma faixa no final do trabalho escrito em arial black ou mesmo em graffiti com a sentença exposta: nós seguimos juntos com o movimento Hip Hop.


Bem, finalmente quando o coreógrafo e ou seu grupo conseguem superar esse momento, podemos estar bem perto de conhecer uma obra que tem como pilar o Hip Hop - eu já tenho visto algumas no Brasil e em alguns teatros pela Europa, mas são ainda raras.


Ao passar da fragilidade emocional para uma crise artística freqüente, o coreógrafo (que não deixa de ser do Hip Hop, e de forma alguma trai seu movimento) habita lugares de paisagens alvíssimas, clareiam-se questões antes muito embaçadas (que agora chegamos a rir de tudo isso). Nesta interface, chegam outros questionamentos a fim de que a alteridade não sufoque a crise na criação. Essa fase eu optei por chamar de liberdade, e esse é exatamente o sentimento que sinto aflorar em alguns colegas.


Quando optamos por olhar com um certo distanciamento aquilo do qual fazemos parte, é possível ver questões que antes não se enxergava (gênero, racismo às avessas, machismo, preconceito de dentro etc). Assim aparecem críticas que nos levam a um crescimento e amadurecimento do nosso próprio habitat.


Serão os próprios amantes e simpatizantes do Hip Hop que farão com que este movimento se torne menos partido e siga em movimento para o seu grande e merecido reconhecimento no universo cênico.



por Paulo Azevedo


quarta-feira, 4 de junho de 2008

Audição para o Grupo Corpo

A Cia de Dança Contemporânea GRUPO CORPO, abre audições nacionais para dançarinos do sexo masculino.
Interessados, se apresentem com urgência.


quinta-feira, 29 de maio de 2008

<<< Retificação >>>

Desculpa a minha ausência nas últimas semanas.

Não estou podendo postar com regularidade, por causa do encerramento de semestre na faculdade e nas academias. Além das programações e agendamentos do Impacto de São João.

Asim que possível, volto a postar.
Prometo que não demorarei tanto.


Abração !!!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A dança NÃO comunica ???


Semanas atrás, a cia de artes da qual participo – Adufes Cia de Artes – foi convidada para participar de um evento evangelístico numa praça pública. Os organizadores do evento, do qual já participamos com considerável freqüência, nos convidaram com todo carinho e nos expuseram a programação do mesmo. Dessa vez eles estavam convidando um grupo musical muito conhecido no país e de importância histórica para a música nacional cristã – me refiro à música feita com responsabilidade técnica e coerência teológica.

Como os eventos desse perfil são o foco principal da nossa companhia, naturalmente aceitamos. E, como é de costume nesse evento, especificamente, dançaríamos junto com a banda que estivesse tocando – no caso, esse famoso grupo. Lógico que o fato de participarmos junto com eles, dançando músicas que cantamos durante tantos anos, dava um sabor ainda mais especial à ocasião. Então marcamos a data e acertamos os processos. Logo na reunião seguinte foi avisado a todos os integrantes e acertados todos os percalços.

Porém, na noite do evento, os organizadores chegaram tristes para nos dar a notícia de que o pastor, líder do grupo, preferiu que não houvesse dança durante as músicas. Ele usou como argumento a idéia de que o grupo dele tocava músicas focadas nas letras, que eram de cunho evangelístico e a dança tiraria o foco da mensagem, tiraria a atenção. Permitiu apenas que dançássemos uma das canções, e a escolha ficaria por nosso critério.

Ora, enquanto ele sustentava a teoria que a dança “não se encaixaria” na proposta musical deles, tudo bem. Eles são livres para escolher a linguagem e a linha artística que querem seguir. Não são obrigados a sofrer intervenções diretas em seu modo de produzir arte, nó é que precisamos respeitar sua técnica – como fizemos. São músicos, fazem música reflexiva e não desejam outras intervenções performáticas em sua obra para não alterar seu método. É plenamente compreensível e plausível, mas apenas enquanto OPÇÃO artística.

Mas a justificativo não ficou apenas nesse ponto. Ele disse que a dança tiraria a atenção da MENSAGEM – no caso, mensagem evangelística. E é justamente nesse ponto que desejo desenvolver esta análise crítica. Não pretendo discorrer sobre o grupo, pois os compreendo inteiramente, mas sim acerca dessa questão que é fundamentalmente preconceituosa e infundada e ainda muito disseminada na comunidade cristã brasileira.

Entremos, pois, no assunto...

A dança ainda é vista em muitas comunidades cristãs como mera alegoria da música, mero acessório. Posto que interpretam erroneamente a música como principal instrumento de louvor, logo colocam a dança como, no máximo, pano de fundo da “mensagem” musical. Essa postura está errada desde seu começo.

Primeiramente, música NÃO é louvor e, tão pouco, adoração.

Adoração é uma prática necessariamente ligada a uma consciência de entrega e devoção a quem se adora. Isso tem a ver com um cotidiano de testemunho prático e lúcido e de uma vida inteiramente voltada para uma pessoa ou um propósito específico. Adorar é viver e caminhar para algo ou alguém, permeando assim todos os aspectos da existência do adorador.

Já o louvor, é uma prática mais específica que está contida no exercício da adoração. Louvor nada mais é do que elogios, honrarias e bendizeres. Quando você elogia alguém por alguma obra, você a está louvando. No caso das liturgias e das manifestações de culto, existe ali um louvor específico, um louvor como resultado de uma vida em adoração e como atitude pública de rendição e dependência. É esse o louvor praticado durante as reuniões cristãs (ou, pelo menos, deveria ser). A música, como qualquer manifestação artística, é apenas UM dos recursos POSSÍVEIS para a prática explícita do louvor.

Precisamos investir mais tempo em estudos e em pesquisas, assim como em manifestações pacíficas e progressivas de reforma de certos hábitos. Precisamos entender que a “palavra falada”, essa sim, é vista biblicamente como fundamental e principal manifestação de divulgação, louvor e proclamação de Cristo e do Evangelho da Graça. O que quero, contudo, é problematizar é a questão COMUNICATIVA da dança.

Toda manifestação artística visa, antes de tudo, a comunicação, uma exposição de sentimentos, idéias, conceitos, processos, ideologias, e etc. Dança é arte e, por isso mesmo, a sua função mais primária é justamente comunicar. No momento que ela não visa a comunicação ou a relação com o outro, ela deixa de ser arte e passa a ser qualquer outra coisa.

O que, algumas vezes, tem impedido que a dança seja eficaz em sua tarefa é justamente o preconceito do espectador – e não estou me referindo aos ímpios, mas sim aos de casa. Quando há preconceito e resistência, nem dança, nem música, nem poesia, nem gritos estridentes são capazes de comunicar. Trabalho com dança há 10 anos, e a maior parte deles foi com dança evangelística. Vi e ainda vejo os frutos desse trabalho. A mensagem de Cristo chegou em ambientes onde nem a música – tão popular em nosso país - conseguiu alcançar. Sou apenas uma de muitas testemunhas que vivem dedicando seus melhores talentos à causa de Cristo, e colhendo frutos bons e prósperos.


Quando algo é feito com coerência, responsabilidade e fé, os frutos simplesmente nascem.

Experimente !!!



Graça, paz, consciência e sobriedade,

Neemias Santana

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A Ilha

Gosto de brisa novinha
que embarca singela
em minha janela a dentro.

Gosto do sussuro do vento
animando as folhas secas
e anunciando a tardinha.

Gosto de ouvir as falas do mar
cantando minhas saudades...
aproximando as estrelas do luar

Se pudesse sempre ser assim
bastaria deixar de esconder
os segredos que tem em você.

Se tivesse motivo pra sorrir
qual sorriso gostaria de ter?


Léo Rosa


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Pós Tudo




Pós Tudo - poema concreto de Augusto de Campos

Grupo Corpo - parte 2

Construção de uma linguagem

O primeiro grande sucesso de Rodrigo como coreógrafo seria Prelúdios, de 1985, com música de Chopin. Esse espetáculo deixa claro seu forte sentido musical: a partitura vai sendo traduzida por peças que se encadeiam, assim como pelas frases entretramadas; e os deslocamentos dos bailarinos vão desenhando o espaço de um modo novo, segundo princípios da música.
Tanto o palco como os figurinos, em Prelúdios, são de tons azulados. Sua função é muito mais do que acessória, ou decorativa. Desde então, em todos os trabalhos do Corpo, cada elemento – cenário, figurino, luz -- tem parte ativa, ajudando a compor espetáculos complexos, onde várias artes multiplicam suas virtudes umas pelas outras.As coreografias seguintes – Bachiana e Carlos Gomes/Sonata (1986), Canções, Duo e Pas du Pont (1987), Schumann Ballet, Rapsódia e Uakti (1988) – acentuam a maneira característica de Rodrigo construir um desenho espacial. Sua produção de meados da década de 80 está fortemente ligada à técnica clássica, com elementos da dança contemporânea

Nas coreografias que vão de Prelúdios até 21 (marco de uma outra fase), Rodrigo vai testando seu domínio de estruturas e deslocamentos. A técnica do balé clássico, que é a base de seus trabalhos, vai sendo quebrada por movimentos do folclore e das danças de rua. O Corpo começa a trazer para o palco certa maneira particular do brasileiro se mover.Em 1988, em caráter extraordinário, a coreógrafa alemã Suzanne Linke foi convidada para montar um espetáculo para a companhia, Mulheres.

Desde 1989 até 1999, foi a Shell o principal patrocinador do Grupo. Uma parceria que definiu não só uma considerável estabilidade financeira, mas permitiu que a companhia assumisse ambições mais plenas. A dimensão quase operística das produções do Corpo, no sentido de uma colaboração estreita entre as artes, só foi possível nessas condições. Um núcleo criativo trabalha em conjunto, desde então: Paulo Pederneiras, Fernando Velloso, Freusa Zechmeister e Rodrigo Pederneiras. A partir de 1992, compositores são convidados a escrever trilhas especialmente para cada balé. Música, cenário, figurino e coreografia vão sendo construídos simultaneamente. Cada espetáculo é o resultado dessa interação.

A parceria incentivou, também, o reconhecimento mundial do Corpo, que hoje faz temporadas anuais em países da Europa e das Américas. Vários outros parceiros, públicos e privados, patrocinariam o Grupo em alguma medida, ao longo dos anos.






Fotos de José Luiz Pederniras
espetáculo: "Breu"

fonte: Grupo Corpo, por Inês Bogéa
www.grupocorpo.com.br